A Coreia do Norte é o "adversário mais antigo" dos Estados Unidos. Os norte americanos ajudaram a dividir a penísula coreana no fim da Segunda Guerra Mundial, e então travaram uma guerra contra a Coreia do Norte na década de 1950. Os Estados Unidos também vem mantendo sanções econômicas contra Pyongyang (capital e maior cidade da Coreia do Norte) por quase 50 anos. Na era pós-Guerra Fria, o Pentágono inflou a ameaça norte-coreana, a fim de racionalizar o seu desejo de possuir um sistema de defesa antimísseis, para justificar a capacidade de combater duas guerras simultaneamente, e para explicar a necessidade de manter 37.000 soldados na Coreia do Sul (e 100.000 soldados na Ásia em geral).
As relações entre os dois países se agravaram no início de 1990, quando a Coreia do Norte expandiu o seu programa nuclear e os Estados Unidos consideraram bombardear as instalações suspeitas de desenvolvimento de armas de destruição em massa. Em 1994, após Jimmy Carter reunir-se com o líder norte americano Kim II Sung, os dois lados finalmente negociaram o caminho de volta do limiar da guerra. Um acordo aprovado, exigia que a Coreia do Norte congelasse o seu programa nuclear em troca de carregamentos pesados de óleo combustível dos Estados Unidos e dois reatores nucleares de água leve a serem construídos por um consórcio internacional financiado, em grande parte, pelo Japão e a Coreia do Sul. Como parte deste acordo, os Estados Unidos e a Correia do Norte se comprometeram a avançar em direção à plena normalização das relações diplomáticas.
Os Estados Unidos e a Correia do Norte iniciaram em 23 de fevereiro de 2012, o primeiro contato oficial entre os dois países desde a morte de Kim Jong-il, que foi sucedido por seu filho Kim Jong-un. De acordo com a embaixada americana em Pequim, os contatos foram iniciados entres as delegações lideradas pelo vice-ministro das relações exteriores norte-coreano, Kim Kye-gwan, e o enviado especial norte-americano para a Coreia do Norte, Glyn Davies. O principal tema previsto na agenda é a desnuclearização na penísula coreana, embora Davies tenha assegurado que também trataria de outras questões, como a não-proliferação, os direitos humanos e também questões humanitárias.
Segundo a agência de notícias KCNA, em 29 de fevereiro de 2012 o governo norte-coreano concordou em suspender o lançamento de mísseis de longo alcance, testes nucleares e o enriquecimento de urânio em sua principal plataforma em troca de um pacote de ajuda alimentar. A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, disse que a Correia do Norte vai permitir a entrada de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica para inspecionar e monitorar a desativação do reator de Yongbyon.
Na sexta-feira 29 de março de 2013 a Coreia do Norte anunciou que "entrou em estado de guerra" com a Coreia do Sul e advertiu para um "combate em grande escala" fora da região através de um comunicado da agência estatal norte-americana KCNA.
"A partir de agora, as relações Norte-Sul entrarão em estado de guerra e os assuntos que surjam serão tratados de acordo com isso", assinalou o regime através de um anúncio especial publicado na agência estatal.
Em seu atual tom bélico, os meios norte-coreanos publicaram ontem que seu líder Kim Jong-un, ordenou apontar seus mísseis para atacar a "qualquer momento" alvo dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Em seu novo anúncio, a Coreia do Norte assegurou que "a situação na qual não há nem guerra nem paz na penísula de Coreia terminou".
As duas Coreias permaneceram tecnicamente em guerra desde o final do conflito que as confrontou entre 1950 e 1953 e que terminu com um cessar-fogo após o que foi assinado um armistício e acordos de não-agressão.
O comunicado advertiu ainda para um "combate em grande escala" além da região se a Coreia do Sul e os EUA continuarem com suas atividades militares na zona desmilitarizada entre as duas Coreias. Segundo a KCNA, que atua de porta-voz do regime, o anúncio especial de hoje foi emitido pelo Partido dos Trabalhadores, ministros e outras instituições.
Estes anúncios emolduram na campanha de ameaças que o regime de Pyongyang dirige contra Correia do Sul e EUA desde que no último dia 7 de março a ONU anunciou novas sançoes ao país comunista por seu último teste nuclear de fevereiro.
Nessas sanções, a China, principal aliado da Coreia do Norte, respaldou e apoiou a penalização contra Pyongyang, uma manobra que segundo os analistas aprofundou o isolamento e a incapacidade para antecipar sua inesperada resposta.
Nesta mesma semana a Coreia do Norte anunciou a suspensão da única linha de comunicação militar que mantinha com a Coreia do Sul e que adminstra o acesso ao complexo industrial comum de Kaesong, no meio de uma escalada de tensão entre os dois países.
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